Estrondosa vaia:
meninos, eu vi
Luiz
Osório Marinho Silva
Fonte: Blog A verdade
Sufocada, visitado em 20/06/2013. Endereço:
Brasília, dia 15 de junho de 2013.
Inauguração da Copa das Confederações, no Estádio Mané Garrincha, que custou
aos cofres públicos do Distrito Federal mais de um bilhão e trezentos milhões
de reais, obra que não resiste a nenhuma auditoria, por mais superficial que
seja. Outros trezentos e cinco milhões de reais ainda serão gastos no
estacionamento e no entorno.
Estádio praticamente lotado, com quase
70.000 pessoas, para assistir ao jogo entre o Brasil e o Japão. Depois da
cerimônia de abertura, simples, mas bonita e bem organizada, já com os
jogadores perfilados, é anunciada a presença da "presidenta" Dilma e
do presidente da FIFA
Começa uma estrondosa vaia. Logo
depois, Joseph Blater inicia um breve pronunciamento. A reação do público
esmaece por alguns instantes. Quando o presidente da FIFA cita o nome da
"presidenta" Dilma, a estrondosa vaia recomeça. Joseph Blater pede,
por favor, aos amigos do futebol brasileiro, respeito e fair-play
As vaias não cessam e Dilma,
visivelmente constrangida, com as imagens geradas para o mundo, apenas declara
aberta a Copa das Confederações, com a sua voz abafada pela ruidosa
manifestação de repúdio e de desaprovação da maioria dos presentes.
A TV Globo, responsável pelas imagens,
tentou minimizar o ocorrido e tirou de seu noticiário esse momento de revolta
de uma parcela significativa do povo brasileiro. Ao comentar rapidamente o
fato, o apresentador do Jornal Nacional, William Bonner, ainda disse que as
vaias também foram para o presidente da FIFA. Errou em sua interpretação. Elas
foram dirigidas apenas à "presidenta".
Eu estava lá e vi. Meninos, eu vi.
Vi e também vaiei, a plenos pulmões.
Não iniciei a vaia, que tomou conta do estádio como uma grande "ola".
Mas, certamente, fui um dos últimos a parar. As consequências vieram de
imediato, atingindo as minhas cordas vocais e deixando-me rouco, condição em
que ainda permaneço, dois dias depois.
Talvez, neste país sem cidadania,
esteja me tornando um velho anarquista, mas com o ardor da indignação de um
jovem adolescente, em prol do que é certo e justo.
Vaiei a incompetência, a
desonestidade, a corrupção, a enganação, a mentira.
Vaiei as obras inacabadas,
superfaturadas, malfeitas, não fiscalizadas.
Vaiei a insegurança dos cidadãos
brasileiros, as péssimas condições da saúde pública, a ineficiência do sistema educacional.
Vaiei a falta de boas estradas, portos
e aeroportos.
Vaiei a carência de saneamento básico,
os apagões de energia elétrica, o caos das grandes cidades.
Vaiei a utilização política de
empresas estatais e de economia mista, com recursos financeiros mal aplicados
ou utilizados de maneira inescrupulosa, ocasionando graves prejuízos, como os
verificados na Petrobras.
Vaiei o estímulo à luta de classes, à
invasão de propriedades particulares e à desagregação da sociedade.
Vaiei os programas eleitoreiros,
disfarçados em projetos sociais, sem nenhuma contrapartida, que objetivam
apenas a conquista de votos para a manutenção do poder.
Vaiei o retorno da inflação, o aumento
brutal da dívida interna, a quebra do equilíbrio fiscal.
Vaiei o aniquilamento de nossa
indústria, os malefícios à agropecuária, a perda da competitividade
internacional.
Vaiei os cartões corporativos e o alto
custo da máquina governamental, com os seus trinta e nove ministérios, criados,
em sua maioria, apenas para abrigar políticos obscuros e os interesses dos
partidos da base aliada.
Vaiei o aparelhamento do Estado,
inclusive o da mais alta corte do Poder Judiciário, por pessoas ligadas ao
partido político da "presidenta".
Vaiei a tentativa de mudar a
verdadeira História do Brasil, com a instalação de uma Comissão, que de verdade
só tem o nome.
Vaiei a subordinação da política
externa brasileira aos ditames do Foro de São Paulo, com o país caudatário das
decisões de governos populistas e ditatoriais da América Latina.
Vaiei as tentativas de macular as
Forças Armadas, de silenciar a imprensa, de implantar, paulatinamente, o
comunismo no Brasil, travestido agora com o nome de socialismo bolivariano.
Vaiei os políticos demagogos,
oportunistas, mentirosos, corruptos e adúlteros.
Vaiei os seguidores de falsos
profetas, os aproveitadores, os bajuladores, de todas as espécies.
Vaiei os inocentes úteis, os
conformados, os omissos.
Vaiei, finalmente, todo o mal que, nos
últimos dez anos, o partido político, que se dizia ético, fez ao meu país.
Que a estrondosa vaia seja o prenúncio
de outros tempos, de esperança e de confiança em um novo Brasil,
verdadeiramente grandioso e justo para o seu povo.
Brasília, 17 de junho de 2013.
Luiz Osório Marinho Silva
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