É muito simplismo (simplificação forçada), forjado para ignorar aspectos importantes,
atribuir à Direita todas as mazelas desse nosso país continental bem
como inferir à Esquerda todas as benesses desse nosso enorme país
multidimensional, ou vice versa.[1]
Ilustração de Douglas Reis para o anúncio de um caderno de meio ambiente do Correio Braziliense
Essa dicotomia mutuamente excludente, forjicada nas relações pessoais (comigo ou contra mim), na política (amigos ou inimigos), na ideologia (direita ou esquerda) e na religião (bem ou mal) só faz prejudicar a quem dela participe, a quem a assista, a quem a ignore, ou a quem nela se sinta representado. Ela é meio de dominação de massa que surge quando se pretende subjugar pela intolerância racial, pela militância cega (política), pelo extremismo ideológico, pelo fundamentalismo religioso etc.
E não há que se confundir o simplismo com a abstração. O simplismo tem por base uma simplificação forçada que em geral ignora – sem querer (boa fé) ou propositalmente (eivada de má-fé) – importantes aspectos que precisariam ser considerados na análise que se esteja executando. A abstração é a simplificação da realidade (em geral muito complexa) na qual são desconsiderados (por necessidade) aspectos menos importantes ou de menor impacto na análise que se esteja realizando.
A humanidade é complexa porque é formada por milhares de singularidades (pessoas, indivíduos), únicas, importantes, valiosas, que se complementam em busca da harmonia do todo, com a qual não haverá mais conflitos (quando for atingida).
O ser humano é complexo porque é formado por milhares de singularidades (órgãos, sentimentos, pensamentos, atitudes: vícios e virtudes) que se complementam para gerar harmonia no todo, sem a qual não há vida (se for perdida).
A sociedade é complexa porque é formada por múltiplas singularidades (valores, culturas) que se complementam em busca de harmonia no conjunto, com a qual não haverá mais necessidades insatisfeitas (quando for alcançada).
A política é complexa porque é formada por múltiplas singularidades (paixões, partidos, ideologias) que se complementam para criar harmonia no grupo, com a qual se garante a saudável alternância no poder (quando é conseguida).
Contudo, não obstante a complexidade que tem por base a variedade, existem valores e atitudes cuja caracterização como benéficos ou perniciosos não depende do nosso querer nem do nosso gostar. Uma ação será correta e benéfica ou errada e perniciosa independentemente de quem a pratique ou de como percebemos o agente que a praticou.
O certo é certo, o errado é errado, e não há como um se passar pelo outro!
É preciso cuidar de punir o erro e premiar o acerto, independente de onde ele se origine: de pessoas (físicas ou jurídicas), de instituições (públicas ou privadas), de partidos (PT, DEM, PSDB, PMDB etc) ou de organizações (civis ou governamentais). Daí a grande importância de não se deixar cegar por militância burra (qualquer que seja a facção ideológica, esquerda ou direita) e permanecer ativista por militância programática.
É preciso militar por programas que beneficiem as pessoas, não por partidos que as usam por massa de manobra ou por líderes carismáticos que as manipulam por gado em suas manobras.
Seguem links para leitura útil no combate ao simplismo pernicioso:
[1] Referência ao texto “As raízes do golpismo da direita brasileira”; Autor: Emir Sader; Fonte: Carta Capital
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