"A política tem a sua fonte na perversidade e não na grandeza
do espírito humano." (Voltaire)
"Que continuemos a nos omitir da política é tudo o que os
malfeitores da vida pública mais querem." (Bertold
Brecht)
"Em política não se escolhe a companhia." (Nils
Kjaer)
Algumas pessoas, notadamente alguns
partidários da ideologia e dos sonhos que representa a rede sustentabilidade, têm tido
dificuldades de enxergar o ato da filiação democrática da ex-senadora Marina Silva ao PSB, para além
da ilusória aparência de mero pragmatismo político, no último dia permitido pela
atual legislação eleitoral para lançar candidatura ao pleito de 2014.
Em um único movimento, a ex-senadora Marina Silva conseguiu manter sua discussão programática para o pleito de 2014, manter a visibilidade do programa que os nós da #rede queremos e precisamos, sem se vender ou corromper a ideologia de uma nova política.
Alguns, mais fundamentalistas na ideação
de construir uma nova política, uma nova maneira de conduzir a política, que deveria
carregar nossas aspirações, esquecem-se ou desconhecem que não se constroi uma
nova política sem estar dentro da política e não se está dentro da política se
não usarmos as atuais regras dessa velha política.
Tanto é assim que o movimento nova política, ou um grupo de pessoas dele oriundo (e não dele dissidente), decidiu criar um partido político, por entender que a melhor mudança possível é a que vem de dentro para fora pela força das ideias cujo tempo já chegou, ao contrário da mudança que vem de fora para dentro pela força das armas cuja paciência já esgotou (a exemplo do movimento que já até se iniciou nas atuais manifestações de rua pelo Brasil afora).
Tanto é assim que o movimento nova política, ou um grupo de pessoas dele oriundo (e não dele dissidente), decidiu criar um partido político, por entender que a melhor mudança possível é a que vem de dentro para fora pela força das ideias cujo tempo já chegou, ao contrário da mudança que vem de fora para dentro pela força das armas cuja paciência já esgotou (a exemplo do movimento que já até se iniciou nas atuais manifestações de rua pelo Brasil afora).
Em um único movimento, a ex-senadora Marina Silva conseguiu manter sua discussão programática para o pleito de 2014, manter a visibilidade do programa que os nós da #rede queremos e precisamos, sem se vender ou corromper a ideologia de uma nova política.
Candidato algum que almejasse apenas
seu próprio plano de poder e tivesse 26% de intenções de voto apoiaria a
candidatura de outro com apenas 8%, mesmo que fosse para lhe servir de vice, e
isso sequer foi cogitado.
"A política é quase tão excitante como a guerra e não menos
perigosa. Na guerra a pessoa só pode ser morta uma vez, mas na política
diversas vezes". (Winston
Churchill)
O que ela fez foi usar as armas da
velha política contra ela mesma:
1)
conseguiu manter-se disponível como
candidata ao pleito de 2014;
2)
conseguiu dar a resposta ao TSE que
por aparelhamento do estado se recusou a dirimir deficiências de órgãos seus
que invalidaram sem a constitucional obrigatoriedade de motivação expressa
cerca de 95mil assinaturas de apoio à rede;
3)
conseguiu dar resposta a quem a acusa
de não ter posição apenas porque ela se recusa a se enquadrar na falaciosa dicotomia
direita/esquerda (mostrou que sua posição é pela sustentabilidade);
4)
mas o mais importante, conseguiu
manter a visibilidade, a discussão e a possibilidade de aprimoramento de um
programa de governo cujas bases estão nos anseios de todos nós que somos os nós
da rede sustentabilidade.
Ela conseguiu manter-se no jogo
político com uma jogada de total fair
play, preocupando a situação, da qual ela própria dissidiu ao entender que
seu objetivo único, desde que galgou o poder, passou a ser a manutenção do status quo; conseguiu desassossegar a
oposição que sonhava manter a nefasta polaridade PT/PSDB na alternância do jogo
sujo do “poder pelo poder” e dava como certa sua incapacidade de manter sua
visibilidade e capital político, intencionando cooptar esse capital pelos meios
que fossem necessários; e conseguiu criar uma tsunami no jogo político que já
era dado como uma “marolinha” pelos especialistas políticos de parte a parte.
E não foi sem custo que a
instabilidade criada por ela, mesmo sendo a jogada política mais bem feita da
última década, que superou em muito o abraço
“fraterno” de Lula em Maluff, no
jardim da própria mansão do execrado corrupto (segundo a ótica PT-Lulista antes
de ser situação) por não afrontar valores pessoais ou coletivos como o fez o
referido abraço.
Michail
Bakunin (1814-1876). Foto de arquivo
"Assim, sob qualquer ângulo que se esteja situado para considerar
esta questão, chega-se ao mesmo resultado execrável: o governo da imensa
maioria das massas populares se faz por uma minoria privilegiada. Essa minoria,
porém, dizem os marxistas, compor-se-á de operários. Sim, com certeza, de antigos
operários, mas que, tão logo se tornem governantes ou representantes do povo,
cessarão de ser operários e pôr-se-ão a observar o mundo proletário de cima do
Estado; não mais representarão o povo, mas a si mesmos e suas pretensões de
governá-lo. Quem duvida disso não conhece a natureza humana." (Michail
Bakunin - revolucionário anarquista russo)
Tão grande foi a instabilidade criada
que ameaça a perda de muitos bons quadros da militância da #rede, que se recusa
ou não alcança entender ou enxergar a profundidade e a importância de manter a
visibilidade sobre o programa que queremos, enquanto continuamos a formação do
partido que ainda não conseguimos, por incapacidade do mais alto tribunal
eleitoral em reconhecer e redimir o erro de órgãos seus (invalidação de 95mil assinaturas
de apoio sem a constitucionalmente obrigatória motivação dos atos da
administração pública, notadamente as que cerceiam direitos).
Mesmo pessoas com razoável
entendimento político teimam não enxergar que somos rede, ainda que incubados
(filiados) em partidos solidários, como o foram tantas ideologias partidárias (partidos
clandestinos) durante o período mais grotesco da nossa história (a ditadura
militar) em que se cassou a democracia.
A única diferença é que somos o
primeiro, queira Deus sejamos o único, partido arremessado na clandestinidade
em pleno regime democrático de direito. E é a mesma falta de democracia que gera
tal distorção: antes causada por uma ditadura militar; agora causada pelo aparelhamento
dos poderes de estado, seja pela falácia da coalizão no fatiamento do estado em
prol de pretendida governabilidade (a cooptar o legislativo), seja por
indicações dos advogados do rei para as mais altas cortes (a cooptar o
judiciário).
Em política, perseguir um homem não é apenas engrandecê-lo, mas
também justificar-lhe o passado. (Honoré de
Balzac)
AMILCAR FARIA, 44, é servidor público federal, diretor de Programas de
Controle Social do Instituto de Fiscalização e Controle, membro do Movimento de
Combate à Corrupção Eleitoral e ativista autoral da rede sustentabilidade.
Amilcar,
ResponderExcluirElogio-lhe a clareza de raciocínio e a amplitude de visão.
Seguimos juntos, em prol de dias melhores para o nosso país, acreditando que a Rede será um catalizador nesse processo.
Abraços
Obrigado!
ExcluirContinuemos a formar a rede que queremos, mesmo sendo a #rede onde podemos!
Gostei da sua análise. Realmente foi o melhor passo, tendo em vista a impossibilidade da Rede. Agora é esperar pra ver que frutos irão render...
ResponderExcluirExcelente análise Amilcar, Parabéns!!
ResponderExcluirMuito bom, amigo! A propósito, a Arnaldo Jabor assim se manifestou na CBN: http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/arnaldo-jabor/2013/10/07/GESTO-DE-MARINA-SILVA-FOI-UMA-MUTACAO-NA-POLITICA-BRASILEIRA.htm
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