"A solidariedade é a convicção plena de que ninguém pode ser feliz tendo alguém sofrendo ao seu lado!" (Farccions Al'Camir)
Ao receber de uma tia, professora, Historiadora, especialista em antropologia (irmã do meu pai), que mora atualmente em Belo Horizonte (Santa Luzia, mais precisamente) uma mensagem em que ela repassava um relato recebido de uma “grande e querida amiga antropóloga, que mora atualmente em Sâo Paulo” (como ela disse carinhosamente), não pude me furtar à responsabilidade de trazer a público algumas considerações pessoais (o que achei que seria o mínimo para quem pretende contribuir na construção de um mundo mais caloroso e espiritualista em substituição a esse frio mundo materialista em que vivemos).
A cena relatada que, pela gravidade do tema, mereceu ser repassada por tê-la deixado “chocada, deprimida e indignada ao mesmo tempo”, teria ocorrido na capital paulista, e foi assim descrita:
"Voltando do almoço, ontem, dia 07/11/2012, vi a cena mais triste da minha vida!
Em frente ao edifício COPAN, pérola arquitetônica da cidade de São Paulo, concebido por Oscar Niemeyer, havia muitos transeuntes e um morador de rua.
De repente ele se abaixa e se apoia no meio fio com as duas mãos e debruçado...
passa a beber água depositada num poça imunda!!!!
A sensação foi horrível, de completa desvalia.
De imediato lembrei de um poema de Manuel Bandeira, quando em 1947, também na cidade de São Paulo, escreveu:
"Vi ontem um bicho na imundície do pátio catando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa, não examinava nem cheirava: engolia com voracidade. O bicho não era um cão, não era um gato, não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem".
(O BICHO - Rio, 27 de dezembro de 1947 Manuel Bandeira, Uma Antologia Poética, L&PM POCKET É)
60 anos se passaram desde o poema e continuamos a ter brasileiros na condição de BICHO HOMEM, triste e terrível!!!
Karen Follador Karam"
Assim como respondi a ela, resolvi compartilhar algumas considerações que penso importantes:
A constatação é triste; A visão estarrece; Mas e a reação? Teria sido inexistente, como é de se supor tenha sido a do poeta?
(e aqui há tão somente um exercício de imaginação, posto que faltam dados concretos, que nem são assim tão importantes no tocante aos fatos específicos e separados 60 anos no tempo - do poeta e da antropóloga - já que cumpre o papel de trazer à tona a terrível possibilidade de um fato contundente: sempre podemos ser pegos de surpresa e ficarmos sem ação frente à desumanidade da miséria humana).
A todos nós que existimos (porque pensamos), ou que vivemos (porque amamos e aprendemos), ou que sentimos (porque nos colocamos no lugar do outro), cabem as reflexões que se seguem:
Não basta ter a sensibilidade para saber vislumbrar (o que já é muito nesse frio mundo materialista em que convivemos) as mazelas que nos cercam (e que são muitas). É preciso ter atitude para esboçar uma reação, ainda que mínima (se pretendemos construir um mundo mais caloroso e espiritualista em substituição a esse frio mundo materialista em que mal vemos).
Não basta ter a sensibilidade para saber vislumbrar (o que já é muito nesse frio mundo materialista em que convivemos) as mazelas que nos cercam (e que são muitas). É preciso ter atitude para esboçar uma reação, ainda que mínima (se pretendemos construir um mundo mais caloroso e espiritualista em substituição a esse frio mundo materialista em que mal vemos).
Algum dos dois teria interrompido a caminhada (por mínimos poucos minutos) para tirar da bolsa alguns mínimos poucos dinheiros para comprar água e comida para sanar essa mínima mazela que tiveram a sensibilidade de conseguir vislumbrar (o que já é muito nesse frio mundo materialista em que sobrevivemos)?
Talvez sim... Talvez não...! Nenhum deles se referiu à ação tomada após terem conseguido vislumbrar a mazela por sensibilidade própria (o que não seria nada nesse frio mundo materialista em que não vemos). Mas isso nem importa (a não ser como alerta para quando acontecer de estarmos na condição de quem conseguiu enxergar a miséria desumana pela qual possa estar passando outro ser humano).
Nenhum deles se referiu às ações que poderiam, ou melhor, que deveriam (por libertação consciencial, se não por justiça social) ser tomadas por qualquer um que tivesse conseguido vislumbrar a mazela por florescida sensibilidade (o que já seria muito nesse frio mundo materialista em que nos vemos).
E talvez não o tenham feito ou por não terem conseguido reagir frente à surpresa e a comoção da empatia (o que já aconteceu a muitos de nós, daí a necessidade de nos prepararmos melhor para tais situações), ou por não querer demonstrar sua superioridade ao minuciar ações que poucos conseguiriam praticar sem terem se preparado para elas.
E talvez não o tenham feito ou por não terem conseguido reagir frente à surpresa e a comoção da empatia (o que já aconteceu a muitos de nós, daí a necessidade de nos prepararmos melhor para tais situações), ou por não querer demonstrar sua superioridade ao minuciar ações que poucos conseguiriam praticar sem terem se preparado para elas.
Alguma mínima coisa ao menos eles fizeram: escreveram, ou melhor, descreveram a mazela vislumbrada por suas sensibilidades afloradas (o que já é muito nesse frio mundo materialista em que morremos, mas que seria pouco para o caloroso mundo espiritualista que pretendemos construir para vivermos).
Considerando que podemos combater a desumana miséria Humana através da conscientização política, do controle social da política e dos gastos públicos, do combate à corrupção, da orientação da economia para a sustentabilidade, da distribuição de renda e da educação integral do ser humano, seguem links para textos que podem ajudar nesse bom combate:
Combate à Corrupção:
Controle Social da política e dos gastos públicos:
Conscientização Política:
SIMPLISMO x COMPLEXIDADE
Orientação da Economia para a Sustentabilidade:
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