Embora exista um
poder instituído, supostamente representante do povo, posto que eleito por ele,
cuja função é criar as leis que determinarão o fazer e o não fazer de todo este
povo, não é incomum verificar o descolamento dos representantes dos anseios e
necessidades dos supostamente representados.
Prova disso é o fato
de, por vezes, as necessidades e anseios populares precisarem ser defendidos de
forma direta, por leis de iniciativa popular, das quais a LEI DA FICHA LIMPA
ou LC nº. 135/2010, cujo principal
objetivo era o aumento da idoneidade dos candidatos, é a principal
representante.
Embora a Lei da
Ficha Limpa seja um marco no nosso sistema legal e seja de extrema importância
como um primeiro passo para a moralização do nosso sistema político, a lei em
si tem menor importância do que a ideia por trás dela, a ideologia que a
motivou: TODOS os que se arvorem de representar o povo precisam comprovar serem
pessoas idôneas, terem reputação ilibada e NUNCA terem agido contra o decoro
parlamentar, mesmo antes de serem parlamentares.
Dito isso, cabe um
questionamento sério: que moral teria junto ao povo uma casa legislativa,
formada por quem deveria representar esse mesmo povo, cujo próprio presidente,
que seria o representante maior dessa casa, não tivesse a ficha limpa?
Como diz uma máxima
da democracia: à mulher de Cézar não basta ser honesta, é preciso parecer
honesta. Mas a "honestidade" está em atender a todos os princípios
legais, e não atende à legalidade da Ficha Limpa um presidente que tenha tido o
mandato cassado, ou tenha renunciado para evitar a cassação ou tenha sido
condenado por decisão de órgão colegiado (com mais de um juiz), mesmo que ainda
exista a possibilidade de recursos.
Reputação ilibada é
nunca ter apresentado notas fiscais falsificadas para comprovar patrimônio
incompatível com a renda, é nunca ter recebido dinheiro em troca de
favorecimento político, tendo ou não concretizado o favorecimento (Corrupção é
receber para favorecer, e não concretizar o favorecimento).
Por estes e por
outros motivos é que a sociedade não pode, não quer e não vai se calar frente à
tentativa do próprio poder que legisla em tornar morta uma lei nascida por
iniciativa popular, surgida de uma necessidade social e motivada pela premente
e necessária moralização do sistema político do nosso país: a lei que tenta assegurar
a idoneidade dos homens públicos no Brasil, que não pode continuar a ser o país
do futuro nem do jeitinho brasileiro.
Não permitam que
matem a lei, para que essa morte não entorte mais o nosso sistema legal, que
visa aprimorar nosso sistema político e social! Nós, o povo, contamos com vocês
para nos representar de fato (não só de direito) e não permitir que as casas do
povo (Câmara e Senado) sejam comandadas pela ficha suja dos políticos da velha
política: oligárquica, coronelista, carcomida, corrompida, que legisla em
benefício próprio e contra os que ela deveria representar!
Leia
também:
Movimentos anticorrupção vão lavar rampa do
Congresso contra Renan: http://oglobo.globo.com/rio/ancelmo/posts/2013/01/26/movimentos-anticorrupcao-vao-lavar-rampa-do-congresso-contra-renan-483986.asp
------ FIM ------
Considerando que podemos
combater o bom combate buscando paz e a igualdade através da solidariedade,
da conscientização política, do controle social da política e dos gastos públicos, do combate à corrupção, da orientação da economia para a sustentabilidade, da distribuição de renda e da educação integral do ser humano, seguem links
para textos que podem ajudar nesse bom combate:
Solidariedade:
Combate à Corrupção:
Controle Social da política e dos gastos públicos:
Conscientização Política:
Orientação da Economia para a Sustentabilidade: